Pessoas que "estão" Dona Sebastiana podem desenvolver estranhos surtos. Amanhã é aniversário da minha mãe. Ela faz 83 anos. Terei o privilégio de recebê-la e fiquei pensando com que cardápio eu celebraria essa data. Além da honra de ter minha mãe por aqui, vou receber a visita luxuosa de dois amigos: a Elis e o Rodrigo, que, aliás, virá à minha casa pela primeira vez. É muita responsabilidade. Especialmente, porque o Rodrigo é um homem de "prendas domésticas".
Quando trabalhei na Editora Abril tive um chefe chamado Sérgio Reis. Foi uma das experiências mais bacanas de chefia que já experimentei. Ele era um homem muito culto, mas extremamente simples. Melhor: incrivelmente bem humorado. Falávamos muito sobre comida, pois ele era chegado a uma boa mesa. Foi dele que ouvi a seguinte frase: "quando você receber uma visita, JAMAIS experimente uma receita nova. É seguro que você vá errar." Receitas, ele dizia, precisam ser aprimoradas. E hoje, ao construir meu cardápio de amanhã, eu resolvi desafiar as recomendações e o bom senso. Estou não apenas experimentando uma receita "nova", como decidi me aventurar num terreno no qual nunca fui referência: as sobremesas.
Eu não sou uma pessoa de pratos inesquecíveis, mas é provável que vez ou outra uma amiga vá ter a generosidade de dizer que faço uma boa feijoada, que minhas saladas são bem razoáveis, que é muito boa a minha receita de arroz com damascos. Recentemente, até aprendi a fazer uns tomates assados e recheados com berinjelas, com os quais tentei impressionar o Dani. Mas é seguro que não haverá ninguém suspirando por uma sobremesa minha. Aliás, nesse quesito, as pessoas podem se lembrar do Bolo da Zenaide. E não mais.
Quando trabalhei na Editora Abril tive um chefe chamado Sérgio Reis. Foi uma das experiências mais bacanas de chefia que já experimentei. Ele era um homem muito culto, mas extremamente simples. Melhor: incrivelmente bem humorado. Falávamos muito sobre comida, pois ele era chegado a uma boa mesa. Foi dele que ouvi a seguinte frase: "quando você receber uma visita, JAMAIS experimente uma receita nova. É seguro que você vá errar." Receitas, ele dizia, precisam ser aprimoradas. E hoje, ao construir meu cardápio de amanhã, eu resolvi desafiar as recomendações e o bom senso. Estou não apenas experimentando uma receita "nova", como decidi me aventurar num terreno no qual nunca fui referência: as sobremesas.
Eu não sou uma pessoa de pratos inesquecíveis, mas é provável que vez ou outra uma amiga vá ter a generosidade de dizer que faço uma boa feijoada, que minhas saladas são bem razoáveis, que é muito boa a minha receita de arroz com damascos. Recentemente, até aprendi a fazer uns tomates assados e recheados com berinjelas, com os quais tentei impressionar o Dani. Mas é seguro que não haverá ninguém suspirando por uma sobremesa minha. Aliás, nesse quesito, as pessoas podem se lembrar do Bolo da Zenaide. E não mais.
Pois bem...Decidi que estava na hora de, beirando os cinqüenta anos, aprender a fazer um manjar. O desafio é ainda maior, pois essa é uma sobremesa que minha mãe faz com os pés nas costas. Mas, meninos, eu fiz! Meu coração está aos pulos, pois até agora tudo deu certo. Inclusive a calda de ameixas. Fiquei tão empolgada que decidi deixar a minha marca. Nesse momento, a casa está embebida no aroma absurdamente maravilhoso de umas peras ao vinho. Não é completamente rico?
Amanhã, portanto, minhas experiências serão testadas. Se forem aprovadas espero, finalmente chegar aos píncaros da glória culinária e prometo deixar aqui as receitas.
Essa é a sensação mais próxima de felicidade que experimentei nas últimas semanas. Como diria a Dudu: "vem todos, que eu fiz foi prá nos".